Dividir: uma das alternativas mais eficazes para combater a inflação dos combustíveis e o longo tempo de deslocamento nas grandes cidades. Essa é a intenção dos aplicativos que propõem a carona como meio de contornar a superlotação do trânsito e de baratear viagens intermunicipais – quanto menos assentos vazios nos carros, menos gastos para cada um e, consequentemente, menor o tráfego.
O desejo comum de diminuir o tempo no trânsito, emissão de poluentes e gastos com manutenção de veículos, em um momento em que dispositivos móveis são capazes de unir, em tempo real, de oferta e demanda, faz das interfaces que facilitam o encontro entre motoristas e passageiros um mercado com grande potencial e cada vez mais disputado.
No Brasil, apesar do alto número de possíveis usuários para esses produtos, a expansão das empresas focadas em caronas esbarra em dois principais desafios: vencer a resistência de quem teme pela segurança na hora de abrir as portas de seu carro e criar modelos de negócio atraentes, rentáveis e que não esbarrem na legislação.
“O Brasil, além da questão da mobilidade, tem muitos problemas de segurança pública”, explica Gustavo Gracitelli, fundador da plataforma de caronas Bynd, focada no universo corporativo. “Concluímos, através de pesquisas, que as pessoas não estão dispostas a viajar no veículo de desconhecidos”, explica. A solução encontrada pela empresa foi entrar no mercado com foco em um segmento específico que ajudasse a amenizar a desconfiança – assim surgiu a proposta de limitar a tecnologia a caronas entre funcionários de uma mesma empresa. “Enxergamos a segmentação como um movimento de entrada no mercado”, justifica Gracitelli.
Segundo a Bynd, em uma corporação com 100 funcionários, é possível economizar até 20 vagas de estacionamento (que custam, juntas, R$ 112.560 ao ano) e gerar 135 horas de networking por meio do compartilhamento de carros. Cada empregado pode dar, em média, carona para outros três, com desvio pouco superior a dois quilômetros.
Visamos reduzir custos com estacionamentos e vales transporte através de incentivos a quem compartilha o carro”, explica Carlos Eduardo Paiva, gerente de Recursos Humanos da Tecnisa, que trabalha com a Bynd há seis meses e tem 21% de seus funcionários como usuários ativos do sistema. A empresa paga por uma licença de uso da tecnologia, e os trabalhadores a acessam de forma gratuita.
Matéria feita pelo Valor Econômico Veja a reportagem na íntegra, clicando aqui.