Como um cidadão consciente e antenado nas notícias, você certamente sabe que nosso estilo de vida atual está relacionado com o agravamento das mudanças climáticas, certo? E não é culpa só das indústrias, várias atividades do nosso dia a dia contribuem, direta ou indiretamente, com o aumento da nossa pegada de carbono.
Não conhece esse conceito? É assim: cada indivíduo deixa um rastro de gases poluentes no mundo, que pode ser medido pela quantidade de toneladas de dióxido de carbono (CO2) que ajudamos a liberar na atmosfera anualmente. Essa ideia se aplica, também, às empresas e organizações.
Acompanhe este texto para entender melhor sobre o assunto e aprender como diminuir sua pegada de carbono!
O que é pegada de carbono?
Quando você pisa na areia, por exemplo, os seus pés vão deixando rastros, não é mesmo? Pois bem, a pegada de carbono — em inglês, carbon footprint — é o traço de gás dióxido de carbono que deixamos no mundo, todos os dias.
Basicamente, entram na conta todos os gases do efeito estufa (GEEs) que nossas atividades cotidianas produzem diariamente. O conceito faz parte de um outro: a pegada ecológica, criada em 1996, pelos pesquisadores suíços Rees e Wackernagel.
De acordo com eles, cada ser humano deixa sua marca na relação entre consumo e disponibilidade de recursos naturais. Acontece que o carbono já corresponde a mais de 50% da pegada ecológica, sendo que a fração triplicou dos anos 1970 para cá.
O que isso significa? Que os níveis de emissão de CO2 são uma preocupação cada vez mais relevante e, por isso, devem ser controlados por cada um de nós.
Para que serve esse conceito?
Ao calcular nossa pegada de carbono, é possível observar com mais clareza os impactos que ações cotidianas causam na atmosfera. Com isso, evidenciamos também a nossa participação nas mudanças climáticas — tanto na esfera individual, como empresarial e social.
A principal consequência do aumento da concentração de carbono na atmosfera é o agravamento do tão falado Efeito Estufa. Com o aquecimento global, as alterações no clima comprometem o equilíbrio de ecossistemas. O derretimento das calotas polares parece muito distante da gente, mas pode levar a danos irreversíveis em toda a biosfera.
Por que esse conceito deve ser trabalhado em várias frentes?
Esse é um conceito que deve ser trabalhado em várias frentes, como a pessoal e a profissional. Até porque as mais diversas atividades humanas contribuem com a emissão na concentração de GEEs na atmosfera, direta ou indiretamente. Algumas são:
- queima de combustíveis fósseis;
- criação de gado, devido à digestão dos ruminantes;
- desmatamento e queimadas;
- uso de fertilizantes na agricultura;
- funcionamento de condicionadores de ar;
- processos industriais;
- decomposição de lixo.
Tendo isso em vista, a mudança de hábitos cotidianos já ajuda a diminuir o valor da nossa pegada de carbono. Além disso, é nosso dever como cidadãos ajudar na conscientização de autoridades e gestores de empresa para que essa preocupação também seja prioridade nas esferas públicas, empresarial e industrial.
Como reduzir o valor da pegada de carbono?
A boa notícia é que reduzi-la é mais simples do que parece. Além de ajudar o meio ambiente e a sociedade, essa preocupação também pode contribuir com seu bem-estar e até mesmo favorecer uma economia financeira. Anote aí algumas dicas!
Sua moradia
Dentro da sua casa, as palavras de ordem devem ser: redução no consumo de energia e descarte correto do lixo. Para começar, evite deixar lâmpadas acesas sem motivo, assim como aparelhos eletrônicos. Se for possível, busque alternativas renováveis de energia para sua residência, como aquecedores solares de água.
O descarte de lixo também precisa ser feito com responsabilidade. Afinal, apenas uma parcela muito pequena do lixo que produzimos não pode ser reaproveitada e certos materiais emitem grandes quantidades de GEEs em seu processo de decomposição. Por isso, invista na coleta seletiva e busque conhecer a compostagem de resíduos orgânicos.
Seus hábitos de consumo
Alguns hábitos de consumo bem-vindos são:
- privilegiar embalagens recicláveis;
- comprar aparelhos com certificado de eficiência energética;
- ao comprar carvão para o churrasco no fim de semana, certifique-se de que o produto é registrado no IBAMA, o que significa que vem de madeira de reflorestamento.
Sua dieta
Já na alimentação, que tal ser vegetariano por dois ou três dias na semana? Reduzir o consumo de carne vermelha vai ao encontro da preocupação, já que desestimula a criação desmedida de ruminantes.
A sua saúde também agradece. A ingestão exagerada de carne bovina, no Brasil, é associado ao desenvolvimento de câncer colorretal, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Outra dica é privilegiar o consumo de alimentos orgânicos, de modo a desestimular a produção agrícola em larga escala e, consequentemente, o uso de fertilizantes e outros produtos associados à pegada de carbono.
Seu deslocamento
Em relação ao deslocamento, deixe o carro na garagem mais vezes. Hoje em dia, existem muitas alternativas mais sustentáveis, como os patinetes elétricos, as bicicletas e o transporte público. Aqui, a nossa dica de ouro é apostar nas caronas colaborativas, principalmente no deslocamento para a empresa.
Ao dividir o carro com alguns colegas ou pessoas que trabalham em local próximo, você economiza no combustível, aumenta sua rede de contatos e, ainda, pode fazer um rodízio de motoristas e usar seu carro com menos frequência. Isso favorece a mobilidade urbana e ajuda a minimizar sua pegada de carbono.
Sua empresa
Para aplicar na empresa, também temos algumas sugestões:
- prefira parceiros e fornecedores que têm responsabilidade ambiental em seus processos;
- promova campanhas de redução de descartáveis — cada um leva sua caneca para o cafezinho;
- sensibilize as equipes sobre a gravidade do problema para que essa preocupação se espalhe;
- estimule as caronas colaborativas, por meio de um Plano de Mobilidade Corporativa;
- adapte seus processos à Economia Circular.
Como calcular a pegada de carbono?
Para fazer o cálculo, é possível usar uma calculadora virtual, como a da Organização Iniciativa Verde. Nela, você precisa preencher alguns dados relacionados ao:
- consumo de energia e gás natural;
- padrão no uso de veículos;
- consumo de carne bovina.
Além de indicar seu resultado e compará-lo com a pegada per capita de vários países, a ferramenta mostra quantas árvores você precisaria plantar para compensar essa emissão de GEEs. Afinal, as árvores são super-heroínas nesse contexto, já que cada uma é capaz de capturar mais de 15 kg de CO2 anualmente da atmosfera.
Você certamente já ouviu que “prevenir é melhor que remediar”, certo? Compensar a nossa pegada de carbono é uma iniciativa admirável, mas adotar medidas para diminuir a emissão de GEEs é ainda mais interessante. Portanto, preste atenção nas nossas dicas e compartilhe com seus conhecidos e gestores.